Mulher usando jaleco examina frasco de medicamento com tarja colorida. médico analisa embalagem de medicamento com tarja.

Qual o significado das tarjas dos medicamentos?

Entenda o que significam as tarjas preta, vermelha, branca e amarela nas embalagens dos medicamentos. Saiba quais exigem receita médica e o que diz a Anvisa.


As tarjas coloridas presentes nas embalagens de medicamentos são mais do que um detalhe visual: elas indicam o nível de controle necessário para a prescrição, venda e uso de cada produto. Saber o que representa a tarja branca, vermelha, preta ou amarela é fundamental para o uso seguro dos medicamentos, tanto para pacientes quanto para profissionais da saúde.

O que significa a tarja dos medicamentos?


As tarjas são faixas coloridas inseridas nas embalagens dos medicamentos como uma forma de alertar sobre o grau de risco e o tipo de controle sanitário necessário para seu uso e comercialização. A cor da tarja define se o medicamento exige prescrição médica, se está sujeito à retenção de receita ou se pode ser vendido livremente.

Por que alguns medicamentos têm tarja e outros não?


A presença da tarja está diretamente relacionada ao nível de risco do medicamento e à necessidade de acompanhamento profissional. Medicamentos com tarja, em geral, têm maior potencial de causar efeitos colaterais ou dependência, exigindo maior controle. Já os produtos sem tarja, chamados de medicamentos isentos de prescrição (MIPs), têm perfil de segurança mais estabelecido.

O que diz a legislação sobre a rotulagem de medicamentos?


A classificação e obrigatoriedade das tarjas são reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme determinações da Lei nº 6.360/76 e da RDC nº 768/2022, além de decretos complementares. Essa normatização garante que as embalagens apresentem informações claras, legíveis e padronizadas, com destaque para o tipo de prescrição exigida e eventuais riscos à saúde.

Quais são os tipos de tarjas e o que cada uma representa?


Cada tarja tem um significado específico, indicando a categoria do medicamento e o nível de controle exigido.

O que significa a tarja branca no medicamento?


Medicamentos sem tarja ou com tarja branca são conhecidos como MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição). Eles podem ser adquiridos sem receita médica e são utilizados para tratar sintomas leves, como dor de cabeça, febre ou má digestão. Mesmo assim, o uso deve ser responsável e preferencialmente orientado por um farmacêutico.



O que significa a tarja vermelha no medicamento? (medicamento com prescrição médica simples ou controlada)


A tarja vermelha é utilizada para identificar medicamentos que exigem prescrição médica obrigatória para serem vendidos, devido ao potencial risco associado ao seu uso, ainda que não sejam tão restritos quanto os medicamentos de tarja preta e vermelha que exigem retenção da receita pelo estabelecimento fornecedor do medicamento. Essa categoria inclui fármacos que necessitam de acompanhamento profissional para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Dentro da tarja vermelha, existem duas classificações importantes quanto ao controle da receita médica:

  • Tarja vermelha sem retenção de receita: nesses casos, o medicamento pode ser dispensado mediante a apresentação da receita médica simples, que não é retida pela farmácia. Ou seja, o paciente tem a posse da receita, podendo levá-la consigo após a compra. Essa modalidade é comum para medicamentos que apresentam riscos moderados e cuja fiscalização pode ser feita de forma menos rigorosa, como alguns anti-inflamatórios, medicamentos para disfunções hormonais, e outros de uso crônico como antihipertensivos, antiiabéticos, etc.

  • Tarja vermelha com retenção de receita: medicamentos que apresentam maior potencial de uso indevido, resistência bacteriana (no caso dos antibióticos) ou efeitos adversos mais significativos exigem que a farmácia retenha a receita médica no ato da venda. A retenção serve como medida de controle para evitar a reutilização irregular da receita e garantir o acompanhamento correto do tratamento pelo profissional de saúde. Exemplos incluem antibióticos, alguns anticoncepcionais e outros medicamentos como anticonvulsivantes, antidepressivos, que requerem monitoramento mais rigoroso.

Essas regras visam assegurar que o uso dos medicamentos com tarja vermelha seja sempre supervisionado, reduzindo riscos à saúde pública e protegendo o paciente contra o uso inadequado.



O que significa a tarja preta no medicamento?


A tarja preta identifica medicamentos que pertencem à categoria de controle especial, devido ao seu alto potencial de causar dependência física e/ou psíquica, além de efeitos colaterais severos que podem comprometer a saúde do paciente. Esses medicamentos exigem um rigoroso monitoramento tanto na prescrição quanto na dispensação, para evitar o uso indevido, abuso ou tráfico.

São exemplos comuns de medicamentos com tarja preta os psicotrópicos, como ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, bem como os entorpecentes, que incluem opioides usados para controle da dor intensa, além de estimulantes prescritos para transtornos específicos, como o TDAH.

A venda desses medicamentos é regulamentada por normas específicas da Anvisa, que exigem a apresentação da receita de controle especial com numeração. Nesta modalidade a receita é retida pela farmácia e arquivada para fiscalização posterior. A receita tem validade de 30 dias e deve conter dados detalhados do paciente, prescrição clara e assinatura do médico responsável.

O uso da tarja preta requer acompanhamento clínico rigoroso, geralmente por médicos especialistas em psiquiatria, neurologia, anestesiologia ou outras áreas correlatas, pois o manejo inadequado pode levar a efeitos adversos graves, crises de abstinência, intoxicações e comprometimento do sistema nervoso central.

Além disso, o descarte, armazenamento e transporte desses medicamentos devem seguir protocolos específicos para evitar desvios e garantir a segurança tanto do paciente quanto da comunidade.

Em resumo, a tarja preta representa um alerta de que o medicamento tem potencial significativo para riscos graves e dependência, e seu uso deve ser estritamente controlado, respeitando todos os procedimentos legais e éticos estabelecidos pela legislação sanitária brasileira.



O que significa a tarja amarela no medicamento? 


A tarja amarela é utilizada para identificar os medicamentos genéricos no Brasil. Esses medicamentos são versões equivalentes aos medicamentos de referência, contendo o mesmo princípio ativo, na mesma concentração, via de administração e forma farmacêutica, porém costumam ser comercializados a preços mais acessíveis.

É importante destacar que a tarja amarela não substitui nem altera as exigências das outras tarjas, ou seja, um medicamento genérico pode ter tarja branca, vermelha ou preta, dependendo do seu nível de controle e prescrição. A tarja amarela, portanto, atua como um selo de identificação da condição de genérico, mas o controle sanitário segue as regras do tipo de tarja principal.



Medicamentos sem tarja: eles existem?


Sim. Medicamentos isentos de prescrição não apresentam nenhuma tarja colorida na embalagem, justamente por não exigirem receita médica. No entanto, isso não significa que sejam isentos de riscos. Automedicar-se de forma contínua, mesmo com MIPs, pode gerar efeitos adversos ou mascarar doenças.

Diferenças entre os medicamentos de cada tarja


As tarjas não são apenas simbólicas, elas definem o modo de aquisição, os riscos envolvidos e o nível de controle necessário.

Nível de risco e efeitos colaterais


  • Tarja branca ou sem tarja: baixo risco, mas podem causar reações adversas em caso de uso inadequado.
  • Tarja vermelha: risco moderado, efeitos colaterais mais relevantes, exigindo prescrição.
  • Tarja preta: risco elevado, potencial de dependência, efeitos no sistema nervoso central.

Necessidade de receita e retenção


  • Sem tarja: venda livre.
  • Tarja vermelha: receita médica simples (com ou sem retenção).
  • Tarja preta: receita de controle especial, com numeração.

Venda em farmácias e controle da Anvisa


A comercialização de medicamentos com tarja, especialmente os das categorias vermelha e preta, está sujeita a regras rigorosas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de garantir a segurança do paciente e o uso racional de medicamentos.

Medicamentos de tarja vermelha só podem ser vendidos em farmácias e drogarias devidamente licenciadas, mediante apresentação de receita médica. Dependendo do princípio ativo, essa receita pode ser simples (com retenção ou não), ou seguir modelos específicos, como a notificação de receita para antibióticos.

Já os medicamentos de tarja preta, classificados como psicotrópicos e entorpecentes, exigem um controle ainda mais rigoroso. Além da prescrição médica, a receita precisa ser retida no momento da compra, seguindo modelos oficiais de receituário especial (como as receitas azul e amarela). As farmácias são obrigadas a manter registros detalhados da movimentação desses produtos, com controle de estoque e envio de relatórios periódicos à vigilância sanitária local.

Em relação à tarja branca, por se tratar de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs), a venda é mais simples, porém também controlada. Esses produtos podem ser expostos diretamente ao consumidor e adquiridos sem receita, mas devem ser registrados na Anvisa e conter todas as informações de segurança exigidas, e também só podem ser vendidos em farmácias e drogarias devidamente licenciadas.

Em todos os casos, a atuação da Anvisa é essencial para garantir que os medicamentos sejam armazenados, transportados e vendidos com qualidade e rastreabilidade, protegendo a saúde pública e reduzindo os riscos de uso inadequado.

Como a tarja ajuda na segurança do paciente


As tarjas funcionam como um mecanismo de proteção ao paciente, orientando sobre os riscos e ajudando no uso consciente dos medicamentos.

A importância do uso com orientação profissional


Mesmo medicamentos comuns podem causar problemas se usados incorretamente. Por isso, é fundamental consultar profissionais da saúde antes de iniciar qualquer tratamento, principalmente com medicamentos de tarja vermelha ou preta.

Automedicação e riscos associados a medicamentos com tarja


A automedicação com medicamentos tarjados pode gerar dependência, efeitos adversos graves ou até mesmo interações perigosas com outros medicamentos

Dúvidas frequentes sobre a tarja dos medicamentos


Quem pode prescrever medicamentos de tarja preta?


Apenas médicos registrados no Conselho Regional de Medicina (CRM) podem prescrever medicamentos de tarja preta, utilizando receituário especial de controle, autorizado e fornecido pela Anvisa.

Posso comprar medicamentos de tarja vermelha com receita digital?


Sim, desde que a receita digital possua assinatura com certificado digital ICP-Brasil e cumpra as exigências da Anvisa. Algumas categorias, como antibióticos, ainda exigem atenção especial ao tipo de receita.

Tarja preta vicia? É sempre um antidepressivo?


Medicamentos de tarja preta têm potencial de causar dependência, mas não são necessariamente antidepressivos. A categoria inclui ansiolíticos, anticonvulsivantes, medicamentos para TDAH, entre outros.

Entender o significado das tarjas nas embalagens é um passo importante para o uso racional de medicamentos. As faixas coloridas orientam sobre riscos, formas de uso e a importância da prescrição. Mesmo os medicamentos sem tarja devem ser usados com responsabilidade e, sempre que possível, com apoio profissional.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *