Medico ou medica medindo a pressão do paciente

Pressão 12 por 8: quais são os novos critérios e como cuidar da sua saúde

A nova classificação da pressão 12 por 8 como pré-hipertensão é um alerta importante para a população. Ela mostra que valores antes considerados normais agora exigem atenção e cuidados extras.


A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias durante o seu percurso pelo corpo. Ela é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e registrada por dois números: 

  • Sistólica (o primeiro número ou o de cima): indica a pressão nas artérias quando o coração se contrai e bombeia o sangue.
  • Diastólica (o segundo número ou o de baixo): indica a pressão quando o coração relaxa entre os batimentos.

Quando falamos em pressão 12 por 8 (120/80 mmHg), estamos nos referindo a 120 mmHg de pressão sistólica e 80 mmHg de pressão diastólica:

Por muito tempo, esse valor foi considerado o ideal para a saúde cardiovascular. No entanto, as novas diretrizes médicas mostram que essa leitura já deve ser entendida como um sinal de pré-hipertensão, ou seja, uma condição intermediária que precisa de atenção para não evoluir para hipertensão.

De pressão normal para pré-hipertensão


As novas recomendações brasileiras seguem uma tendência internacional de ampliar a chamada “zona de risco”. O objetivo é identificar precocemente pessoas que antes eram consideradas saudáveis, mas que já apresentavam riscos cardiovasculares.

A classificação atual fica assim:


Isso significa que alguém com pressão 12 por 8 já não está na faixa considerada ideal, mas também não é hipertenso. Está no meio do caminho e é justamente nessa fase que a prevenção faz toda a diferença.

Por que a pressão 12 por 8 agora é considerada um alerta


A mudança pode assustar quem sempre acreditou estar com a pressão “normal”. Mas ela tem um objetivo positivo: aumentar a prevenção de doenças cardiovasculares.

A hipertensão é uma das principais causas de morte no mundo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas. No Brasil, estima-se que 1 em cada 3 adultos sofre com pressão alta. Muitas dessas pessoas não sabem que têm a condição, já que os sintomas podem ser silenciosos.

Estudos mostraram que mesmo pressões entre 12 por 8 e 13 por 8 estão associadas a maior risco de:

  • Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco);
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Doença renal crônica;
  • Complicações circulatórias.

Sintomas da hipertensão


Um dos maiores desafios no diagnóstico da pré-hipertensão é o fato de que ela, geralmente, não causa sintomas. Muitas pessoas vivem com pressão elevada sem perceber, até que surge uma complicação mais grave.

No entanto, alguns sinais podem aparecer em quadros mais avançados, como:

  • Dores de cabeça frequentes;
  • Tonturas;
  • Cansaço excessivo;
  • Palpitações.

Ainda assim, esses sintomas não são exclusivos da hipertensão. Por isso, a recomendação é simples: medir a pressão regularmente.

O que fazer se a sua pressão é 12 por 8


Receber a notícia de que a sua pressão é considerada pré-hipertensão não deve ser encarado como motivo de desespero. Pelo contrário: é a oportunidade perfeita para investir em mudanças no estilo de vida e evitar complicações futuras.

As chamadas medidas não medicamentosas são a primeira linha de cuidado. Elas consistem em ajustes simples, mas que fazem uma enorme diferença a longo prazo.

1. Controle do peso corporal


O excesso de peso está diretamente relacionado à elevação da pressão arterial. Estudos mostram que, mesmo sem alcançar o peso “ideal”, pequenas reduções já reduzem significativamente os riscos cardiovasculares.

2. Prática de atividade física regular


A prática de exercícios reduz em até 20% o risco de desenvolver hipertensão. Caminhadas, ciclismo, natação, corrida leve e até mesmo atividades de resistência (como musculação) podem ser incorporadas de acordo com o perfil de cada pessoa. O importante é sair do sedentarismo.

3. Alimentação equilibrada


A nutrição é peça-chave no controle da pressão. Evitar ultraprocessados, embutidos e alimentos ricos em sódio já é um grande passo. Para um plano individualizado, a melhor opção é procurar a orientação de um nutricionista, que poderá ajustar a dieta às necessidades pessoais.

4. Redução do consumo de álcool


O consumo excessivo de bebidas alcoólicas está ligado ao aumento da pressão arterial. Homens devem limitar-se a até duas doses por dia, enquanto mulheres devem ficar em até uma dose.

5. Abandono do tabagismo


O cigarro prejudica a saúde cardiovascular e acelera o processo de enrijecimento das artérias. Parar de fumar é uma das decisões mais importantes para proteger o coração.

6. Controle do estresse


O estresse crônico pode elevar os níveis de pressão. Técnicas de relaxamento, como meditação, respiração guiada e alongamentos, ajudam a reduzir os impactos da tensão diária.

7. Monitoramento contínuo da pressão


Medir a pressão regularmente, seja em casa ou em consultas médicas, é essencial. Em alguns casos, o médico pode solicitar exames como o MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial), que avalia a variação ao longo de 24 horas.

Quando o tratamento medicamentoso pode ser necessário


Nem sempre as mudanças de hábitos são suficientes. Em alguns casos, o tratamento com medicamentos pode ser indicado. Isso ocorre quando:

  • A pressão ultrapassa consistentemente valores próximos de 13 por 8;
  • O paciente possui alto risco cardiovascular (como histórico de diabetes, doença renal ou infartos anteriores);
  • Após três a seis meses de medidas não medicamentosas não houve melhora significativa.

O uso de medicamentos deve sempre ser decidido pelo médico, considerando o histórico e as condições individuais do paciente.

H2: Como medir a pressão em casa corretamente

Com aparelhos digitais cada vez mais acessíveis, medir a pressão em casa tornou-se prática comum. No entanto, é importante seguir alguns cuidados para garantir a precisão:

  1. Descanse por pelo menos 5 minutos antes da aferição.
  2. Evite medir a pressão logo após esforço físico, ingestão de café, cigarro ou bebida alcoólica.
  3. Sente-se confortavelmente, com os pés apoiados no chão e o braço na altura do coração.
  4. Realize duas ou três medições, com intervalo de 1 minuto entre elas, e anote os resultados.
  5. Faça a medição sempre em horários semelhantes para acompanhar possíveis variações.

Esses cuidados ajudam a evitar falsos resultados e permitem um acompanhamento mais confiável.

Acompanhamento médico é importante


A hipertensão é responsável por cerca de 50% dos casos de infarto e AVC no Brasil, e por isso agir cedo é a forma mais eficaz de reduzir os riscos. A nova classificação da pressão 12 por 8 como pré-hipertensão reforça esse alerta e mostra que valores antes considerados normais agora exigem atenção e cuidados redobrados. 

O acompanhamento médico regular permite identificar alterações precoces, orientar o tratamento adequado e avaliar outros fatores de risco, como colesterol, glicemia e histórico familiar. 

Isso não significa que todos precisarão tomar medicamentos, mas sim que é hora de investir em um estilo de vida saudável, monitorar a pressão regularmente e manter as consultas médicas em dia. 

Se você tem pressão 12 por 8, encare essa mudança não como um problema imediato, mas como uma oportunidade de cuidar melhor do seu coração e garantir qualidade de vida no futuro.

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