O que é Adenosina e para que serve?
Rápida, eficaz e amplamente utilizada em hospitais, a adenosina desempenha papel essencial no tratamento de taquicardias supraventriculares. Seu efeito imediato garante segurança e previsibilidade no atendimento.
A adenosina é um medicamento utilizado em emergências e centros hospitalares para o tratamento rápido de arritmias supraventriculares.
Por atuar diretamente no sistema de condução cardíaca, promove a restauração do ritmo sinusal em poucos segundos, sendo considerada uma das medicações mais eficazes para episódios agudos de taquicardia.
O que é adenosina?
A adenosina é um nucleosídeo endógeno, ou seja, uma substância naturalmente presente no organismo. No contexto médico, é utilizada como medicamento injetável de ação rápida que atua no miocárdio e no sistema de condução elétrica do coração. Por isso, é uma das principais opções terapêuticas para corrigir arritmias supraventriculares.
Disponível em solução injetável (3 mg/mL), a adenosina é de uso intravenoso e exclusivo para profissionais de saúde, com aplicação geralmente realizada em emergências hospitalares.
Adenosina: para que serve?
A principal indicação da adenosina é o tratamento da taquicardia paroxística supraventricular (TPSV), incluindo casos associados à síndrome de Wolff-Parkinson-White.
O objetivo é interromper o circuito de reentrada no nó atrioventricular, restaurando o ritmo sinusal de forma rápida e segura.
Em grande parte dos casos, a resposta ocorre em menos de 1 minuto após a administração.
Adenosina: mecanismo de ação
A adenosina atua reduzindo o tempo de condução elétrica através do nó AV (atrioventricular), bloqueando temporariamente a passagem dos impulsos. Isso interrompe arritmias sustentadas por circuitos de reentrada, permitindo que o coração retome o ritmo normal.
Por ter meia-vida inferior a 10 segundos, seus efeitos são extremamente rápidos e autolimitados. Após o bolus intravenoso, ela é absorvida por eritrócitos e células endoteliais, sendo rapidamente metabolizada em AMP ou inosina.
Indicações da adenosina
A adenosina é indicada para:
- Conversão da taquicardia paroxística supraventricular ao ritmo sinusal;
- Episódios de TPSV associados à síndrome de Wolff-Parkinson-White;
- Situações em que manobras vagais não foram eficazes.
A medicação não converte flutter atrial, fibrilação atrial ou taquicardia ventricular.
Adenosina: via de administração e como administrar
A administração da adenosina deve ser feita exclusivamente por via intravenosa (IV), em bolus rápido, por profissional capacitado.
Posologia padrão:
- Dose inicial: 6 mg (1 ampola), em bolus IV rápido de 1 a 2 segundos;
- Se não houver resposta em até 2 minutos: administrar 12 mg;
- Uma terceira dose de 12 mg pode ser usada se necessário;
- Doses superiores a 12 mg por aplicação não são recomendadas.
Antes de utilizar a medicação, costuma-se tentar manobras vagais, como a manobra de Valsalva, quando apropriado.
Diluição da adenosina
A adenosina geralmente é administrada sem diluição, devido à necessidade de ação imediata.
Em protocolos específicos, pode ser utilizada com solução salina, mas sempre conforme orientação profissional.
Qualquer quantidade não utilizada deve ser descartada, pois o medicamento não contém conservantes.
Efeitos colaterais da adenosina
Os efeitos adversos da adenosina costumam ser transitórios, justamente por causa da meia-vida muito curta do medicamento.
Entre os mais comuns estão:
Reações muito comuns (≥10%)
- Rubor facial;
- Dispneia ou sensação de falta de ar.
Reações comuns (1%–10%)
- Dor de cabeça;
- Desconforto torácico;
- Náuseas;
- Tontura ou atordoamento.
Reações incomuns
- Sudorese;
- Palpitações;
- Alterações visuais;
- Sensação de queimação;
- Hipotensão transitória.
Reações raras (em relatos pós-comercialização)
- Assistolia prolongada;
- Taquicardia ou fibrilação ventricular;
- Broncoespasmo;
- Reações no local da aplicação.
Apesar de geralmente serem breves, qualquer sintoma persistente deve ser avaliado imediatamente por uma equipe médica.
Advertências e contraindicações
A adenosina é contraindicada em casos de:
- Bloqueio AV de 2º ou 3º grau (sem marca-passo);
- Doença do nó sinusal;
- Bradicardia sintomática;
- Asma ou doenças broncoconstritivas;
- Hipersensibilidade ao fármaco.
Também exige cautela em pacientes que utilizam digoxina, verapamil, carbamazepina ou que consomem quantidades elevadas de cafeína, que pode reduzir sua eficácia.
Adenosina na gestação
É classificada como categoria C: pode ser utilizada apenas quando extremamente necessário e sempre com orientação médica.
Superdose
Como a adenosina tem meia-vida inferior a 10 segundos, efeitos de superdose geralmente são curtos, mas exigem monitoramento clínico. As metilxantinas (cafeína, teofilina) podem atuar como antídotos competitivos.