Cloridrato de Nalbufina Nubain analgésico opioide para pós-operatório e complemento de anestesia

Eficácia e segurança do Cloridrato de Nalbufina (Nubain)

A Nalbufina é um potente analgésico para dores moderadas a intensas. Entenda sua posologia, possíveis efeitos e a diferença do medicamento, tanto em relação à Morfina quanto ao Tramadol.


A dor é uma das principais queixas em ambientes hospitalares e clínicas médicas. Para o manejo adequado, existem diversas classes de analgésicos, entre eles os opioides, conhecidos por sua eficácia no tratamento de dores moderadas a intensas

Entre esses fármacos, o Cloridrato de Nalbufina, também conhecido comercialmente como Nubain, merece destaque por apresentar características únicas em relação a outros opioides clássicos, como a morfina e o tramadol.

O que é Cloridrato de Nalbufina?


O Cloridrato de Nalbufina é um analgésico opioide sintético da classe agonista-antagonista. Isso significa que ele atua de maneira diferenciada nos receptores do sistema nervoso central, ou seja:

  • Ele é agonista nos receptores kappa — promovendo o alívio da dor.

  • E, também, antagonista parcial nos receptores mu — bloqueando parte dos efeitos típicos de opioides potentes, como a euforia e a forte depressão respiratória.

Ele é utilizado na forma de solução injetável, administrado por via intravenosa (IV), intramuscular (IM) ou subcutânea (SC), com início de ação rápido (em torno de 2 a 3 minutos quando IV) e duração média de 3 a 6 horas

Geralmente, se apresenta em ampolas de 1 mL ou 2 mL, com concentração de 10 mg/mL. O seu uso é restrito a hospitais e pode ser realizado apenas sob prescrição médica.

Para que serve o medicamento nalbufina?


O Cloridrato de Nalbufina é indicado para o alívio de dores moderadas a intensas em situações clínicas, como:

  1. Pós-operatório: alívio da dor após cirurgias de médio e grande porte;
  2. Traumas e procedimentos médicos mais intensos: útil quando outros analgésicos não são suficientes;
  3. Trabalho de parto: porém deve ser usado com cautela, por conta da possibilidade de depressão respiratória neonatal;
  4. Infarto agudo do miocárdio: estudos demonstram que a nalbufina pode oferecer o alívio da dor com menor impacto sobre o coração e a pressão arterial que a morfina;
  5. Complemento de anestesia: em alguns casos, pode ser associada à anestesia para facilitar a indução e prolongar os efeitos do medicamento.

Um dos diferenciais é que a nalbufina apresenta menor potencial de causar dependência quando a comparamos com opioides como a morfina, o que a torna interessante em contextos hospitalares de uso controlado.

Qual a diferença entre morfina e nalbufina?


É comum escutarmos dúvidas sobre as diferenças entre a morfina e a nalbufina. Ambas ajudam no controle da dor, mas cada uma tem características próprias que merecem atenção:

Por exemplo, os mecanismos de ação:


A morfina ativa totalmente os receptores mu, o que gera forte alívio da dor, mas também aumenta a chance de dependência e depressão respiratória. Por outro lado, a Nalbufina age de forma mista, estimulando os receptores kappa e bloqueia parte dos mu, o que ajuda a diminuir esses riscos.

Em relação a potência analgésica: qual é mais forte, nalbufina ou morfina?


Na realidade, em termos de potência, a nalbufina é muito semelhante à morfina, sendo 10 mg de cloridrato de nalbufina que equivalem a 8 - 10 mg de sulfato de morfina. 

Mas a escolha entre ambas não se resume à força analgésica, mas ao perfil de segurança e da situação do paciente. Ou seja, não se trata apenas de "qual é mais forte?", mas sim de qual é a opção mais adequada para cada caso.

O perfil de segurança é importante


Como já comentamos, a nalbufina costuma provocar menor alterações no coração e na pressão arterial, além de apresentar um "efeito teto" na depressão respiratória. Esse efeito é um limite natural do fármaco que, após certa dose, o risco de alterações na respiração não aumenta.

Concluindo:


Em resumo, a nalbufina oferece eficácia comparável à morfina, mas com menor risco de complicações respiratórias e cardiovasculares, tornando-se uma alternativa em determinados cenários clínicos. 

Porém, a escolha entre os dois medicamentos deve sempre ser feita pelo médico, considerando o histórico do paciente, suas condições clínicas e a necessidade específica de analgesia.

Tá, mas o Nubain é mais forte que o Tramal?


Outra comparação frequente é entre o Nubain (nalbufina) e o Tramal (tramadol), então:

  • O Tramal é um opioide de ação central, mas ele é considerado mais fraco, pois além de atuar em receptores opioides, ele também age sobre os sistemas noradrenérgico e serotoninérgico.

  • A Nalbufina é um opioide mais potente, indicada para dores moderadas a intensas, enquanto o tramadol é geralmente prescrito para dores leves a moderadas.

Portanto sim, o Nubain é mais forte que o Tramal em termos de efeito analgésico. Porém, a escolha entre um e outro deve sempre respeitar a avaliação e a prescrição do médico, que irá indicar a melhor opção conforme o quadro clínico e a intensidade da dor.

Posologia do Nubain (nalbufina) e forma de administração


  • Adultos (70 kg) → dose usual de 10 mg (IV, IM ou SC), repetida a cada 3 a 6 horas, conforme necessidade.

  • Dose máxima em pacientes não tolerantes: 20 mg por aplicação, com limite de 160 mg/dia.

  • Início de ação: 2 a 3 minutos (IV) e até 15 minutos (IM ou SC).

  • Duração do efeito: entre 3 a 6 horas.

Vale destacar que o uso deve ser sempre supervisionado por médicos em ambiente hospitalar. Caso tenha alguma dúvida que não respondemos, aconselhamos que leia a bula disponível aqui.

Efeitos adversos e contraindicações


Assim como acontece com outros opioides, o Cloridrato de Nalbufina também pode provocar efeitos indesejados. Entre os mais comuns estão:

  • Sedação, náusea, vômito, tontura;
  • Sudorese e boca seca;
  • Depressão respiratória (principal risco, embora limitada pelo efeito teto).

O Nubain não é indicado em casos de:

  • Hipersensibilidade ao princípio ativo;
  • Obstrução gastrointestinal ou íleo paralítico;
  • Uso concomitante com IMAOs (inibidores da monoaminoxidase);
  • Asma brônquica aguda ou severa sem suporte de ressuscitação.

Higiene, conservação e armazenamento


  • Deve ser mantido na embalagem original, protegido da luz e em temperatura ambiente (15–30 °C);
  • Prazo de validade: 24 meses a partir da fabricação
  • Não deve ser utilizado após o vencimento ou se houver alteração na aparência da solução.


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